24 de jul. de 2014

[ARTIGO] Por que defendo Thalles Roberto

Defendo, em primeiro lugar, porque não defendo. É por não defender Thalles Roberto que posso, sem ser suspeito, defendê-lo. Afinal, a defesa que faço não é a Thalles, mas ao que dele nos diz respeito: O que ele produz, e recebemos. Se produz música e com ela meu coração consegue adorar a Deus, amém. Se produz preleções – seja em seus shows, entrevistas ou vídeos particulares – e aparenta ter um sentimento deturpado ou uma vontade contraditória, não tenho nada a ver com isso. É entre Ele e Deus. Nasce aí a essência da defesa: o filtro.

Para entender como é possível aprovar “a flor” e não aprovar “o vaso”, aprovar o dom e não aprovar o galho, aprovar o cântico e não aprovar o levita, precisamos entender que não é só de Thalles Roberto que estamos falando. Ele, visualizado por milhões, é um chavão para que consigamos falar de pessoas, meros mortais que, com seus dons, são usados e reconhecidos, mas que aparentam frutos que aguçam a dúvida com relação a suas reais convicções e motivações. Simplificando: ao falar de Thalles estamos falando de tantos outros presentes na mídia, mas também de outros presentes em sua comunidade, em seu meio. Pessoas que são usadas e levantadas por Deus que aparentam um coração deturpado e apresentam um comportamento questionável.

Esta “classe de gente” que move montanhas e multidões é velha conhecida de nós todos. A priori, falemos de Novo Testamento. Ainda mais a priori, falemos de apenas doze. Os discípulos de Cristo, o Mestre, eram, inicialmente, apenas 12. E escolhidos a dedo. Foram estes os primeiros que puderam ser conhecidos como aqueles que realmente queriam ser e buscavam, mais que qualquer coisa, ser como aquele a quem seguiam. Eram então, provavelmente, os que estavam na “mídia”, cujas obras eram vistas e comentadas. Não eram necessariamente os que cantavam ou tocavam algum instrumento. Mas eram os que, enviados pelo Mestre, pregavam, evangelizavam, cantavam e serviam. Eram, simplesmente, os que faziam. Seja lá o que fosse. E faziam sendo homens como eram: pecadores, falhos, mentirosos, ladrões. Crentes em Cristo, sim. Com uma mudança de vida, sim. Mas com uma mudança de vida como a nossa: a mudança que não finda a guerra entre a natureza divina e a natureza carnal. A luta nossa prossegue, como a deles prosseguiu. Ainda falhamos, mas levantamos. Mesmo assim, faziam a Cristo. Afinal, o que o mundo vê é o que fazemos, não o mais importante: o que está em nossos corações. Então, a essência, a motivação, o desejo, o porquê de “fazer para Deus”, se torna ainda mais importante: pois podemos “esconder”. Talvez não por muito tempo, mas podemos.

Os discípulos primeiros, obviamente, por muitos eram julgados, condenados. “Um ladrão doando?”, “Um mentiroso instruindo?”, “Um fracassado animando?”, “Um egoísta compartilhando?”, devem ter ouvido. Afinal, a regra do “mil acertos, nenhum elogio; um erro, mil condenações” é antiga. Os pioneiros discípulos do Homem da Galiléia devem ter tido o porquê de seus feitos questionado muitas vezes. Tanto pelo passado que tinham, como presente ainda falho, uma escada com ainda muitos degraus. Viam seus feitos, mas questionavam suas motivações. Entretanto, os que simplesmente acreditavam no poder de Deus eram curados, convertidos, transformados e animados. Por quê? Porque prefiram deixar de lado os julgamentos e crer na obra maior: a de Deus. Filtraram, simplesmente.

Bem como tiveram alguns dos contemporâneos de Cristo um comportamento que lhes bem valeu (olharam mais com fé que com crítica, e ficaram mais abençoados que revoltados – e chatos), assim temos que saber filtrar (como filtraram eles) o que há de bom e o que há de ruim em Thalles Roberto, Ana Paula Valadão, Pregador Luo, no pastor de sua comunidade ou no levita, que você sabe ser um entre as paredes da “igreja” e outro quando está fazendo check-in ou fazendo sua moral, seu ego, que não pode se calar. É seu filtro que vai determinar o quanto de Deus você pode receber e aproveitar – até nos momentos, pra você, mais inóspitos para sua adoração ou crescimento.

A defesa a Thalles Roberto é por não precisar defendê-lo, visto que ele não precisa ser defendido para que você e eu adoremos! Precisa ser defendido para que ele seja reconhecido como servo de Deus, semelhante a Cristo. Como este papel não é meu, a menos que Deus me direcione a isso, defendo Thalles e outras estrelinhas (de pequeno ou grande status) que me levem ao louvor. E pra quem não é direcionado à adoração, basta calar-se, e deixar que Deus resolva, sempre, o que não é de nossa conta.

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